Uma prova com dimensões gigantescas implica uma logística enorme e algum desconforto como a fila para o autocarro, o tempo no autocarro (30min…), o tempo de espera, o frio na ponte, wc… Dado o tiro da partida, surpreendentemente uns minutos antes da hora, despedi-me da Ana e da Ana e era tempo de correr por ali a fora e ver no que ia dar. A progressão fez-se bem, com um arranque em modo de aquecimento e a sentir-me forte para alcançar a meta. Comecei a cruzar-me com atletas da maratona e a gritar o nome dos que conhecia. “Sempre dá para distrair” dizia eu… “e para nos inspirarmos!” dizia outro atleta que remata com “não é como no trail que andamos lá metidos no meio do mato”. Sorri e não quis discutir, conversámos um pouco, partilhei um pouco da minha experiência no mato e deixei o rapaz num abastecimento, paragens que nunca senti necessidade de fazer. Fiz os últimos 2km a limpar as lágrimas que me caíam pelo rosto, porque sabia que estava a chegar e podia dedicar a alegria de cortar a meta ao meu Tio João que faleceu na madrugada anterior.
O final foi dedicado a falar com os amigos dos Scalabis Night Runners e com o grande José Guimarães, a sentir-me bem e a pensar em dobrar a distância um dia destes.
Tempo de chip: 1h45m55
Classificação geral: 1302